Com um projeto ambicioso, o empresário capixaba Flávio Assis anunciou nesta semana que sua montadora Lecar terá uma fábrica no Brasil. O complexo ficará na cidade de Sooretama, no Espírito Santo, a 119 km da capital Vitória. A localização é considerada estratégica por ficar a 25 km do aeroporto de Linhares e a 100 km do complexo portuário do Estado, que é responsável por 23% das exportações e importações do País.
Com início das operações previsto para agosto de 2026, a fábrica terá 100 mil metros de área construída. A capacidade de produção prometida é de 120 mil carros por ano e haverá ainda uma pista de testes no local.
De acordo com informações da empresa, os investimentos serão de R$ 870 milhões, divididos em R$ 240 milhões para as obras de instalações e R$ 630 milhões em automações para linha de montagem. Além de recursos próprios, o empresário receberá aportes de investidores privados. Entretanto, a fabricante busca também financiamentos de bancos públicos e privados. Seja como for, a empresa terá isenção e benefícios fiscais referentes à construção e funcionamento por um período de 10 anos.
Qual será o primeiro carro da Lecar?
Desse modo, o primeiro carro que sairá das linhas de montagem nacionais será o Lecar 459, um sedã híbrido que vai usar um motor flex para carregar um gerador que vai alimentar o propulsor elétrico, responsável por tracionar as rodas. Este último terá origem chinesa, feito pela Hepu Power, e terá 163 cv de potência. Por sua vez, a bateria de ferro-lítio com 18,4 kWh virá de outra chinesa, a Winston. Já o motor a combustão será fornecido pela Horse, joint venture entre Renault e Geely que já anunciou intenções de fazer carros no Brasil.
O modelo, entretanto, ainda está na fase de desenvolvimento e ainda não existe nem em forma de protótipo, por exemplo. A meta é ter uma unidade para os primeiros testes a partir de fevereiro do ano que vem. Quando chegar ao mercado, o preço do sedã deverá ficar na casa dos R$ 150 mil.
Quando anunciou seu projeto de ter uma montadora nacional, Assis tinha a intenção de construir o primeiro veículo elétrico nacional. Contudo, os planos mudaram. “Ao longo do período de desenvolvimento, dos testes feitos e estudos internacionais já publicados, chegamos à conclusão de que o carro híbrido é mais vantajoso para a sociedade do que o elétrico em diversos quesitos, o que nos fez redirecionar nosso posicionamento e os planos para o mercado. A ideia, agora, é que nossa tecnologia híbrida flex a etanol com tração 100% de motor elétrico proporcione 1.000 km com 30 litros de etanol”, diz o empresário.
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