Salão do Automóvel volta em 2025 em novo formato

O Salão do Automóvel, cuja última edição ocorreu em 2018, no Expo São Paulo, na zona sul da capital paulista, vai voltar em 2025. Na tarde desta terça-feira (8), uma comitiva da Anfavea, a associação das fabricantes de veículos instaladas no Brasil, se reuniu com o presidente Luiz Ignácio Lula da Silva (PT) para confirmar a volta da realização do evento. Além disso, a feira vai regressar à sua “antiga casa”, o Parque Anhembi, na zona norte da cidade, de 22 de novembro a 1º de dezembro. Portanto, terá dez dias de duração, incluindo as datas reservadas para autoridades e imprensa, por exemplo.

Lula pediu volta do evento a Leite na inauguração da sede da Anfavea; Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Porém, o formato vai ser diferente dos anteriores. Ou seja, o foco vão ser produtos e novas tecnologias, e não os espaços grandiosos e repletos de atrações mirabolantes. O modelo deve seguir os padrões da CES, maior feira de tecnologia do mundo, que ocorre em janeiro, em Las Vegas, nos Estados Unidos. Bem como terá inspiração nos Salões de Pequim, Munique, na Alemanha, e Detroit, nos EUA. Atualmente, é a associação das concessionárias do Estado do Michigan, e não as montadoras, que organiza este último. Assim, é um evento muito voltado à vendas.

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Volta do Salão do Automóvel atende pedido do governo

No novo Salão do Automóvel, os visitantes vão poder fazer test drive em veículos que deverão estar à venda. Assim como nas edições anteriores da feira, a Anfavea pretende convidar outras associações para participar. Dessa forma, a Abeifa, que reúne as marcas de importados sem fábrica no Brasil, e a ABVE, do segmento de veículos eletrificados, vão poder participar. Bem como empresas do setor da chamada mobilidade “verde”, caso de fornecedores de produtos, serviços e soluções tecnológicas, além de setores acadêmicos, como escolas e universidades.

Salão do Automóvel
No Salão do Automóvel de 2018, VW mostrou embrião de picape inédita; Foto: VW

A volta do Salão do Automóvel é uma conquista do atual presidente da Anfavea, Márcio Lima Leite. Assim como é uma resposta ao pedido feito pelo presidente Lula e seu vice e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). Lula é ex-metalúrgico e tem a história ligada ao setor de veículos. Alckmin, por sua vez, ajudou a desenhar um importante projeto de instalação de montadoras em São Paulo na época em que foi governador do Estado.

Sem ligação com a Fórmula 1

Seja como for, diferentemente dos eventos de anos anteriores, o Salão do Automóvel de 2025 não vai coincidir com a Fórmula 1. A temporada do ano que vem do mais importante campeonato mundial de automobilismo já confirmou seu calendário. No total, serão 24 etapas, sendo a primeira na Austrália, que volta após um hiato de seis anos, no dia 16 de março. Segundo os organizadores, o GP de São Paulo está marcado para o dia 9 de novembro, em Interlagos. Austrália – que volta a abrir o calendário após seis anos. O GP de São Paulo, no Autódromo de Interlagos no Brasil, está marcado para 9 de novembro.

Salão do Automóvel
Até 2018, muitos visitantes aproveitavam para ver o Salão e o GP de Fórmula 1; Foto: McLaren

Portanto, ocorrerá praticamente duas semanas antes do início do Salão do Automóvel de 2025. Assim, trata-se de uma mudança importante de estratégia. Afinal, até 2018 a coincidência de datas visava transformar São Paulo na capital do automóvel durante um fim de semana inteiro. Dessa forma, era comum a visita de pessoas do País inteiro, assim como de outros países, ao Salão do Automóvel, encerrando com o GP do Brasil.

História do Salão do Automóvel

A primeira edição do Salão do Automóvel, que ocorreu entre os dias 26 de novembro e 11 de dezembro de 1960, foi realizada no Pavilhão da Indústria e do Comércio do Parque do Ibirapuera. O evento recebeu a visita de 400 mil pessoas atraídas para ver os lançamentos das 12 montadoras existentes na época. Era o caso da Romi-Isetta e da Willys Overland, por exemplo.

No início da década de 1970, o salão mudou de endereço. Construído especialmente para abrigar mostras industriais, o Parque Anhembi foi o local escolhido para ser palco do evento que a cada ano recebia maior público e lançamentos. Nos estandes figuravam modelos como Chevrolet Opala, Dodge Charger, VW Karmann-Guia e Puma, o primeiro esportivo brasileiro exportado.

Fabricantes nacionais

A crise econômica e dificuldades por causa do mercado fechado foram as principais características do setor automotivo na década de 1980. Essa realidade refletiu no Salão do Automóvel que exibia modelos das quatro montadoras da época VW, GM, Ford e Fiat. Fabricantes nacionais, como Gurgel e Miura, também chamavam atenção do público. A primeira, pelo preço de seus produtos. A segunda, pela modernidade de seus carros que tinham até luzes de néon.

A década de 1990 foi marcada pela abertura de mercado para modelos importados. E não demorou muito para que eles invadissem o salão. Na edição de 1990, 31, ou cerca de 10% dos 300 carros expostos, eram estrangeiros. O destaque foi a Ferrari F40, no estande da Fiat, que apresentava a curiosidade de ter sido dirigida pelo então presidente Fernando Collor de Melo.

Última edição teve protótipo inovador

Na edição de 2016, o Salão do Automóvel se mudou para o São Paulo Expo, como passou a ser chamado o antigo Centro de Exposições Imigrantes. Segundo os organizadores, o principal motivo da mudança era poder receber melhor as cerca de 750 mil pessoas que haviam visitado o evento anterior, em 2014. Vale lembrar que a feira era bienal e sua última edição ocorreu em 2018. Portanto, antes da pandemia.

De acordo com as montadoras, participar do evento exigia um investimento muito alto que, não necessariamente, garantia aumento de vendas. Seja como for, a edição de 2018 do evento contou com a apresentação de produtos muito importantes. Um deles era o Tarok, um protótipo de picape maior que a Saveiro e menor que a Amarok, que a Volkswagen vem estudando produzir desde então. Agora, uma nova versão do carro-conceito deve, finalmente, dar origem a um modelo inédito da marca.

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