Nenhuma empresa quer operar no vermelho. Desse modo, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, afirmou em entrevista à agência Reuters que as marcas do grupo automotivo que não forem lucrativas estarão com os dias contados. “Se não fizerem dinheiro, vamos encerrá-las. Não podemos nos dar ao luxo de ter marcas que não têm lucros”, disse o executivo.
Com 14 montadoras no portfólio atualmente (com a Leapmotor pronta para se tornar a 15a) e com o título de quarto maior grupo automotivo do mundo, a Stellantis foi criada em 2021 após a fusão entre a FCA e a PSA. Marcas grandes como Fiat, Jeep ou Peugeot, por exemplo, não geram tanta preocupação. São as menores que precisam mostrar resultados.
Queda nas ações da Stellantis
A empresa entregou um resultado abaixo do esperado no primeiro semestre de 2024, fazendo que suas ações caíssem 10%. Apenas no mercado europeu, o tombo foi ainda maior, totalizando 22% de queda. Assim, registrou o pior desempenho entre as grandes fabricantes europeias.
Entretanto, a Stellantis não divulga resultados individuais das marcas, exceto pela Maserati, que registrou um prejuízo operacional de 82 milhões de euros no período. De acordo com analistas, a fabricante de esportivos de luxo italiana pode ser uma das marcas que podem ser vendidas, além de outras como DS e Lancia, por exemplo. Ambas podem estar ameaçadas por conta da contribuição irrisória nas vendas gerais do grupo.
Desempenho fraco nos EUA
O desempenho da Stellantis é ainda mais problemático no mercado norte-americano, onde as vendas caíram 18% na comparação com o primeiro semestre de 2023. Assim, o lucro líquido da empresa caiu 48% nos primeiros seis meses deste ano, totalizando 5,6 bilhões de euros (pouco mais de 34 bilhões).
Tavares agora está sob enorme pressão para aumentar as margens e as vendas, além de reduzir os estoques nos EUA. A Stellantis planeja lançar 20 carros no país ainda neste ano com o objetivo de reverter esse cenário, aumentando a rentabilidade.
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