O uso do telefone celular está consumindo cada vez mais o tempo das pessoas. Todo mundo (ou quase) quer ou precisa estar conectado o tempo todo. Inclusive, quando não deve – como na hora de dirigir. Entretanto, por mais que as pessoas estejam escravas da tecnologia hoje em dia, a JD Power divulgou um estudo curioso. De acordo com a empresa, motoristas têm reclamado que os carros novos têm tecnologia demais.
A afirmação soa um pouco estranha, afinal, as pessoas atualmente consomem tecnologia mais do que nunca. Em contrapartida, preferem dirigir à moda antiga. O Estudo do Índice de Experiência Tecnológica dos Estados Unidos de 2024 mostra que motoristas estão cansados de tanta modernidade.
Como assim?
Agora, vamos às explicações. O fato é que as pessoas não enjoaram, ou preferem ter carros arcaicos, mas acreditam que a digitalização pode prejudicar usabilidade. Por exemplo, algumas fabricantes têm concentrado praticamente todas as funções veículo na central multimídia. Contudo, o comando touch screen acaba piorando o manuseio de alguns recursos.
Ativar o ar-condicionado, por exemplo, trocar a estação de rádio ou mesmo o simples fato de aumentar/diminuir o volume do entretenimento a bordo fica mais difícil quando não há botão físico. Sem contar que, em muitas vezes, é preciso tirar os olhos da estrada a fim de encontrar o respectivo ícone.
Com base nisso, os entrevistados classificaram 40 tecnologias diferentes que a JD Power divide em quatro categorias: conveniência, automação, energia e sustentabilidade, bem como infoentretenimento e conectividade. Desse modo, para diversos entrevistados, além de sobrecarregar o usuário, os recursos de tecnologia não resolvem um problema, não funcionam, são difíceis de usar ou são muito limitados em funcionalidade.
Mais de 80 mil entrevistados
Os veículos dos mais de 81 mil entrevistados são ano/modelo 2024. Desse modo, mesmo lidando diariamente com os mais recentes recursos de tecnologia, 56% do público disse que prefere usar o sistema de nativo de seus carros para ouvir música.
Reconhecimento facial, leitores de digitais, comandos por voz e telas para passageiros são inegavelmente modernas, porém, não agradam. São justamente essas tecnologias que estão entre as com maior número de avaliações negativas. A assistência ao motorista (salvo detector de pontos cegos e tráfego cruzado traseiro) também foi classificada como inútil para diversos entrevistados.
Resultado. É a partir desse feedback que a JD Power gera uma espécie de boletim para as marcas. E esses insights sobre a recepção por parte do público fazem entender se tais tecnologias são essenciais, agradáveis ou não necessárias. Ou seja, se isso for levado em conta, vêm mudanças por aí.
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