Com o crescimento acelerado das montadoras chinesas no cenário internacional, as fabricantes ocidentais sentiram a pressão. Tanto que governos de países da Europa ou dos EUA chegaram a criar leis mais rígidas de importações para proteger as indústrias locais da competição contra carros baratos e tecnológicos que passaram a pipocar no mercado. Até mesmo no Brasil o avanço chinês causou o retorno do imposto para carros elétricos (ou o aumento, no caso dos híbridos) vendidos no País.
Mas muitas montadoras chinesas, principalmente quando se fala de veículos elétricos, também estão sendo pressionadas. Isso porque estudos recentes apontam que apenas uma em cada sete empresas na China será lucrativa até o final desta década. Ou seja, das 137 marcas de elétricos que atuam hoje no país asiático, apenas 19 vão operar no azul até 2030, de acordo com a consultoria AlixPartners.
Chinesas na mira
A alta taxa de desgaste prevista pelos especialistas se deve à brutal guerra de preços no mercado interno da China nos últimos dois anos. E que não mostra sinais de abrandamento. Dessa forma, empresas mais consolidadas conseguem ter margens de lucro suficientes para continuar baixando os preços, “esmagando” rivais menores que não têm recursos para manter essa estratégia por muito tempo.
A guerra de preços já começou a afetar algumas marcas, como a WM Motor, por exemplo, que entrou com pedido de falência em 2023. Conforme levantamento da AlixPartners, muitas outras fabricantes devem seguir pelo mesmo caminho. Analistas preveem que as empresas incapazes de obter lucro serão forçadas a abandonar o setor automotivo ou se contentar com apenas uma pequena fatia do segmento.
Enquanto isso, grandes montadoras, como a BYD ou a Chery, apenas aumentam suas forças. De acordo com a consultoria, cerca de 33% do mercado global de automóveis será dominado por marcas chinesas até 2030.
Siga o Jornal do Carro no Instagram!