Emerson Fittipaldii Emerson Fittipaldi https://motorshow.com.br/autor/emerson-fittipaldi/
29/09/2022 – 16:54
(Texto de autoria de Emerson Fittipaldi publicado na revista MOTOR SHOW:)
No início de cada temporada, pilotos e equipes de Fórmula 1 têm o mesmo objetivo: testar e desenvolver os carros para que sejam mais rápidos que os das equipes rivais. Nem todos têm sucesso, obviamente, e alguns serão mais rápidos. Mas, embora o desempenho do carro seja crucial, ele não serve para nada se o cara no cockpit não souber explorá-lo – e isso envolve vários elementos do trabalho do piloto, mas quero me concentrar em um muito importante, e raramente abordado nos testes: as ultrapassagens.
Os puristas tendem a criticar o sistema DRS (asas traseiras móveis), mas estão enganados. Concedido inicialmente para poucos circuitos, o DRS algumas vezes de fato tornou as ultrapassagens mais fáceis do que seria ideal. Mas, de modo geral, sua contribuição foi positiva. E, o mais importante: na maioria dos circuitos, mesmo com DRS, as ultrapassagens ainda são tão difíceis que exigem que o piloto saiba correr, e não apenas dirigir rápido – o que não é a mesma coisa.
Na minha carreira, sempre gostei mais da corrida do que da classificação. Claro que a classificação era importante – quanto mais na frente começar a corrida, mais chances tem de vencê-la. Mas, por várias razões, não dá para ficar sempre na primeira fila.
E, se você considerar que só pode vencer as corridas nas quais se classificou bem – ou seja, só quando o seu carro está ótimo –, nunca fará uma campanha do tipo que os campeões precisam fazer para conquistar uma temporada. Então, quando se qualifica pior que gostaria, você precisa ser capaz de fazer ultrapassagens no dia seguinte, na corrida.
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Eu adorava ultrapassar, e planejava os movimentos meticulosamente. Quando me aproximava de um carro, passava a observar como ele se movia na pista à minha frente, como desacelerava nas frenagens, virava, mudava de direção, diminuía a potência… E somava tudo isso ao “arquivo mental” que eu já tinha sobre o piloto na cabine, é claro.
Atrás dele, eu começava a calcular minhas opções. Às vezes, havia uma curva em que meu carro era significativamente melhor que o do oponente – e, se fosse o caso, eu saberia que seria ali que tentaria ultrapassá-lo. Porém, para não entregar o jogo ao rival, eu começava “mostrando o nariz”, como dizem: fazer parecer que tentava ultrapassar em uma curva na qual, na verdade, não pretendia ultrapassar, só para tentar desestabilizar minha “presa”.
O modo mais fácil de ultrapassar alguém é induzi-lo ao erro – e, às vezes, para isso, basta mostrar o nariz. Ou, então, primeiro atormentá-lo e incomodá-lo bastante, para só depois mostrar o nariz repetidamente. Muitas vezes, você consegue fazer com que ele exagere no esforço para deixá-lo para trás, abusando dos pneus. Isso pode resultar em degradação, bolhas, ou pneus “quadrados”, o que tornará relativamente fácil você fazer a ultrapassagem e ainda abrir uma boa vantagem.
No GP de Brands Hatch, em 1978, a disputa entre Carlos Reutmann e Niki Lauda (FOTO: Martin Lee)
No GP de Watkins Glenn em 1974, Emerson pressiona Niki Lauda em sua Ferrari
No GP de Brands Hatch, em 1978, a disputa entre Carlos Reutmann e Niki Lauda
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Emerson pilota o Lotus 72 em sua primeira vitória na F1, em Watkins Glen, 1970
A largada, com Jacky Ickx na pole e Fittippaldi na segunda colocação
À frente do vitorioso Beltoise no caótico GP de 1972: poderia ter vencido
Divulgação
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