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Cientistas contestam Toyota Mirai, carro oficial da Olimpíada Paris-2024

Enquanto o carro elétrico a bateria (BEV) começa a ganhar popularidade, os veículos a hidrogênio são considerados “o próximo passo” rumo à sustentabilidade. Entretanto, um grupo com 120 cientistas e engenheiros das universidades de Cambridge, Oxford e Colorado questionam, em carta aberta, a escolha de um modelo do tipo como carro oficial da Olimpíada Paris-2024. Trata-se do Toyota Mirai, que também está no Brasil.

Tal como o Jornal do Carro reportou, uma frota com 500 unidades do Toyota Mirai está em Paris para servir de apoio durante os Jogos Olímpicos na capital francesa. A montadora é uma das patrocinadoras do evento. A escolha do Mirai, assim como a presença de unidades da picape Hilux em versão a hidrogênio, mostram os avanços da fabricante japonesa com a tecnologia que é considerada “do futuro”. Mas os cientistas contestam.

“A Olimpíada de Paris está sendo usada pela Toyota para promover veículos movidos a hidrogênio como solução para a mudança climática. Mas isso está cientificamente desalinhado com o conceito de emissão zero”, acusa David Cebon, diretor do Centro de Transporte Rodoviário Sustentável da Universidade de Cambridge.

Por que não o Toyota Mirai?

A principal reclamação do grupo é de que a produção de hidrogênio depende de combustível fóssil. Portanto, não é tão “limpa”. Além disso, a depender da utilização, o hidrogênio “gera de 30% a 50% mais emissões do que simplesmente usar combustíveis fósseis”. Mas tem outros pontos. Por exemplo, não há rede de abastecimento estabelecida para esses veículos. Aliás, na California, clientes estão processando a Toyota por falta de hidrogênio.

Por fim, promover veículos a hidrogênio nas Olimpíadas de Paris-2024 só “atrapalha as vendas de carros elétricos (BEVs)” na região. Um mercado que vem passando por turbulência, em meio à guerra travada contra os carros elétricos chineses, que, assim como no Brasil, começam a inundar as ruas europeias. Diante disso, o grupo de cientistas e engenheiros das três universidades pede que a Toyota troque o Mirai por um carro elétrico a bateria.

Toyota Mirai
Vagner Aquino/Especial para o Estadão

Como funciona o Toyota Mirai

Basicamente, o Mirai é um sedã com ares de cupê que funciona como um carro elétrico. Para gerar energia, no entanto, uma verdadeira química acontece. Em contato com o oxigênio, o hidrogênio se transforma em eletricidade que, por sua vez, alimenta a bateria do carro (1,24 kWh) e, assim, alimenta o motor elétrico.

Em 2021, o sedã registrou recorde no Guiness Book após rodar mais de 1.300 km com um tanque – mesmo pesando mais de 2 toneladas. Tal como nos carros elétricos, o silêncio a bordo é total. Em relação ao desempenho, o Toyota Mirai tem 184 cv de potência, torque máximo instantâneo de 30,5 mkgf e acelera de 0 a 100 km/h em 9,2 segundos. A autonomia, conforme a marca, chega a 647 km por tanque, a depender do estilo de condução.

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