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BYD Shark é picape média híbrida com fome de estrada

O mercado de picapes médias tem, no seu disputado páreo, mais um concorrente: o BYD Shark. Fomos ao lançamento mundial da picape, no México, e também ao nacional, em Goiânia (GO). Até já comparamos o modelo com sua rival mais próxima, a Toyota Hilux GR-Sport. Faltava mesmo era andar na picape PHEV, e nós fizemos isso, por cerca de 940 km, entre os estados de Goiás, Minas Gerais e São Paulo.

A picape em São Simão (SP) (Rodrigo Tavares/Estadão)

Durante o trajeto, quase que totalmente rodoviário, saímos de Goiânia com destino a Uberaba (MG), para a primeira parte da viagem. Abastecida com gasolina e com cerca de 60% de bateria, partimos, debaixo de chuva, e no primeiro contato, chama a atenção o tamanho, por exemplo. Medindo 5,47 metros de comprimento, 1,97 metros de largura, 1,92 m de altura, tem entre-eixos de 3,62 metros e requer prática no trânsito.

Na cidade, BYD Shark anda silenciosamente

Ao ligar, completo silêncio. O sistema HEV faz a picape começar em modo elétrico, e apesar da pouca autonomia restante, mantém o motor a combustão em segundo plano, que entrava em ação apenas quando exigido. Assim, isso nos leva a outro ponto: dirigibilidade. Apesar do tamanho, o modelo é firme nas curvas, mas incomoda em pisos irregulares. Vazia, a traseira trepida em ondulações no asfalto, exigindo cautela.

Achar vagas para a Shark é fácil se o estacionamento estiver vazio (Rodrigo Tavares/Estadão)

Entretanto, nem tudo são críticas. No desempenho, a Shark surpreende ao motorista e aos desavisados, por conta de seu conjunto dianteiro 1.5 Turbo a gasolina, que somado a outros dois motores elétricos, entrega 437 cv de potência e 65 mkgf de torque. Nos três modos de condução disponíveis (Eco, Normal e Sport), é no terceiro que a picape despeja toda sua força, com boa desenvoltura. A tração integral permanente ajuda.

Consumo no modo HEV é de picape V6

Rodrigo Tavares/Estadão

O consumo, por sua vez, é um ponto que requer atenção. Seguindo a maneira disposta em outros modelos da marca, a Shark exibe seu consumo em litros por cada 100 km (L/100 km), medida pouco usada no Brasil e confusa aos usuários. Quase sempre em estrada, a picape fez médias próximas a 9,7 L/100 km (melhor registro), que convertendo ao valor padrão de teste, dá 10,3 km/l. Números próximos de uma Ranger V6, por exemplo.

Recarga lenta pode levar muito tempo (Rodrigo Tavares/Estadão)

Entretanto, recarregar a picape durante o trajeto mostrou-se desafiador, com poucos postos de energia, e quase sempre cheios ou de recarga lenta. Na foto acima, em um shopping em Uberaba, a previsão para recarga total era de quatro horas.

Na estrada, o conjunto a combustão trabalha mais no modo HEV, baixando consideravelmente a autonomia total. Em desacelerações, a regeneração de energia dos freios devolvia alguma energia à bateria, mas de maneira efetiva apenas durante frenagens fortes. A marca fala em até 100 km de alcance elétrico, e 840 km combinando o motor térmico, por exemplo.

Volante tem boa empunhadura, multimídia “distrai” o motorista (Rodrigo Tavares/Estadão)

Por dentro, a qualidade dos materiais é boa, com destaque para itens como head-up display, que projeta detalhes como a velocidade à frente do painel, e o resfriamento dos bancos, útil em dias de calor. Contudo, apesar de inconveniências como a central multimídia e seus comandos de ventilação, difíceis de acessar e capazes de distrair o motorista no percurso, a Shark agrada em condução rodoviária.

Conclusão: BYD Shark pode incomodar picapes médias topo de linha

Rodrigo Tavares/Estadão

Assim, com bons bancos e amplo espaço interno (até para os que viajam atrás), a picape não cansa em viagens longas, e tornou os quase 1000 km percorridos fáceis de lidar. Por fim, torna-se claro que atributos como conforto, desempenho e tecnologia tentam se sobrepor aos contras, como dimensões, consumo e inconveniências comuns a um modelo híbrido plug-in.

Mas vale os R$ 379.800? Diria que sim. Perdendo apenas para a Ford Ranger Raptor em matéria de preço, a Shark quer ser um ponto fora da curva entre as picapes médias, e cobra a mais por isso. Mas não deve ameaçar o reinado de nomes como Toyota Hilux, Ranger e Chevrolet S10, menos urbanas e tecnológicas, porém mais robustas e afeitas ao trabalho.

Prós

Potente, conjunto entrega bons números de desempenho; interior é espaçoso e bem-acabado; picape é firme e silenciosa em conduções longas; boa capacidade de frenagem.

Contras

Consumo híbrido entrega números de picapes V6 sem qualquer eletrificação; suspensão traseira faz picape trepidar demais em pisos irregulares; comandos de ar-condicionado na multimídia distraem o motorista.

Ficha Técnica

BYD Shark GS

Preço sugerido:  R$ 379.800
Motor: 1.5 Turbo, quatro cilindros, a gasolina e 2 motores elétricos
Potência: 183 cv (combustão), 231 cv (motor elétrico dianteiro), 204 cv (motor elétrico traseiro); 437 cv (potência combinada)
Torque: 65 mkgf (valor combinado)
Câmbio: automático, 1 marcha
Tração: integral sob demanda
Comprimento: 5,47 metros
Largura: 1,97 metros
Distância entre os eixos: 3,62 metros
Volume da caçamba: 1.200 litros
Capacidade de carga: 790 kg
Capacidade de reboque: 2,5 toneladas
Fonte: BYD

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