Após a aprovação (com controvérsias) da União Europeia (UE) para o aumento das tarifas para elétricos chineses na Europa em até 45%, medida que deve ser anunciada em 30 de outubro, começou uma corrida nas exportações para o continente. O motivo usado pela organização é a acusação ao governo chinês de financiar e forçar os preços de carros elétricos artificialmente para baixo. Representantes de alguns países, contudo, se abstiveram na votação com medo de retaliações.
Em setembro, a China exportou mais de 60 mil carros para a Europa, um aumento de 61% se comparado ao mesmo mês do ano passado. Assim, as novas taxas devem reduzir o ritmo das exportações, mas a resolução deve ser apenas paliativa. Isso porque diversas montadoras chinesas já anunciaram a construção de fábricas em países europeus.
Desse modo, as empresas asiáticas conseguirão driblar esse aumento drástico de impostos. Ou seja, a justificativa de “concorrência desleal” usada pela UE para sancionar a medida ficará praticamente obsoleta em alguns anos. Apesar da aprovação das novas tarifas, a comissão da organização garante que as negociações com a China vão continuar para “explorar uma solução alternativa”.
Mas essa proliferação de fábricas chinesas em solo europeu pode agravar um problema local: a sobrecapacidade de produção. Recentemente temos acompanhado crises em fábricas de montadoras nativas, o que ameaça fechar duas unidades da Volkswagen na Alemanha, por exemplo. Carlos Tavares, CEO da Stellantis, também alertou que a situação pode acelerar o encerramento das atividades de diversas plantas de marcas tradicionais no continente.
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