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Volvo EX30 é racional e barato, mas tem pontos a acertar

Se tem uma coisa que o Volvo EX30 causou foi expectativa. E não à toa, afinal, o pequeno SUV, de fato, surpreendeu o mercado. Seja por questões que agradam a maioria, como preço em conta, tamanho compacto e o minimalismo procurado pelas gerações mais novas (seu público alvo), ou por particularidades que dão o que falar, por exemplo, a falta de componentes, como quadro de instrumentos, chave ou mesmo uma tecla para acionamento do motor elétrico.

Depois de diversas reportagens publicadas aqui no Jornal do Carro, o EX30 dispensa apresentações. Afinal, já detalhamos todas as questões sobre design, interior e até mesmo explicamos o motivo de a Volvo conseguir fabricar um modelo mais barato que o Jeep Compass flex, afinal, a versão intermediária Serie S T270 do modelo da Stellantis custa R$ 239.990. Para deixar claro, o EX30 custa entre R$ 229.950 e R$ 293.950. Enquanto isso, o Toyota Corolla Cross sai por R$ 210.990 em sua versão topo de linha XRX Hybrid. Ou seja, diferença pouca, inferior a R$ 20 mil.

Vagner Aquino/especial para o Estadão

A versão avaliada Core com autonomia estendida (sobrenome Single Motor Extended Range), a princípio – a segunda do catálogo -, não sai por menos de R$ 249.950. Não é uma pechincha, mas é um modelo bem mais barato que os irmãos XC40 e C40, por exemplo, que rondam os R$ 350 mil.

O preço, de fato, pode fazer o consumidor entrar pela porta da frente no universo premium. Afinal, este é o elétrico premium mais em conta no País – os demais modelos da faixa pertencem à marcas chinesas. Mas é no dia a dia com o carro que o cliente pode, de fato, se encantar (ou se desencantar, dependendo do ponto de vista).

Volvo EX30
Vagner Aquino/especial para o Estadão

Particularidades

A chave do Volvo EX30 parece um cartão de crédito. Para destravar o carro, basta encostá-la na coluna B (central). Lá dentro, tudo já está acionado. Mas, para move-lo, é preciso colocar o cartão no canto inferior esquerdo do console central. Só assim, dá para acionar “Drive” ou “Ré”.

Vagner Aquino/especial para o Estadão

Tem tela central de 12,3″ com Google integrado que reúne praticamente todas as funções do carro. Até os ajustes de faróis e retrovisores são feitos por ali. Na parte de cima, informações de condução, como o velocímetro, por exemplo, uma vez que não há quadro de instrumentos – poderia ter head up display. Até o pisca-alerta é acionado pela tela. Contudo, cabe ressaltar que há o botão físico no teto.

Vagner Aquino/especial para o Estadão

Tem materiais reciclados por todos os lados, como plásticos feitos de garrafas descartadas e até acabamento com materiais recuperados do lixo, como jeans, por exemplo. Nas portas, apenas maçanetas. É tanto que os comandos dos vidros dianteiros e traseiros ficam no console central. Economia até nas alavancas atrás do volante, que dividem funções como seletor do câmbio e setas. Até os alto-falantes foram banidos das portas e migraram para trás do painel.

Vagner Aquino/especial para o Estadão

Elétrico de berço

O modelo é o primeiro da fabricante a nascer 100% elétrico. Isso é nítido pela forma orgânica com que o carro se comporta. Produzido na China, na plataforma Sustainable Experience Architecture (SEA) da chinesa Geely – detentora da marca sueca -, o SUV tem tamanho compacto. Além disso, quis ser o mais simples possível. Isso, para diminuir custos e, por que não, se aproximar da Tesla – um sucesso em se tratando de carro elétrico. Seja como for, essa simplicidade não compromete a funcionalidade.

Se a Volvo, mesmo na era dos motores a combustão, já dava show em isolamento acústico e rigidez estrutural, agora, os ocupantes a bordo ficam totalmente alheios a qualquer ruído. É o mesmo que um mergulho, onde todo o barulho fica lá para fora.

A estabilidade do SUV também é excelente. O centro de gravidade é baixo. Para se ter ideia, mesmo com 4,23 metros de comprimento, o EX30 tem 2,65 m de entre-eixos. Ponto para o balanço dianteiro e traseiro, curtos. Além de deixar o carro mais bonito, não periga raspar no chão. Cantar pneus é missão praticamente impossível.

Volvo EX30
EX30 carrega até 7 litros sob o capô dianteiro (Vagner Aquino/especial para o Estadão)

São 272 cv…

Em termos de potência, o único motor elétrico do Volvo EX30 Core (tem versões com dois motores) gera o equivalente a 272 cv de potência. O torque é de 35 mkgf. Como surge de forma instantânea, vigor não falta, tanto em arrancadas, quanto em retomadas de velocidade. Tem, por fim, três modos que atuam no peso da direção elétrica. Nem é preciso dizer que o SUV devora o asfalto e, por isso, empolga tanto. É bastante animado.

Em números, de acordo com a Volvo, vai de 0 a 100 km/h em apenas 5,3 segundos. E tem velocidade máxima de 180 km/h. Seu comportamento em uso urbano é excelente. Agilidade não falta e o conjunto de suspensões é bem agradável, não bate seco. Tem bom espaço interior – mas, atrás, só dois adultos. Sem contar que é leve e, desse modo, o gás parece ainda maior. Para comparação, enquanto o Volvo elétrico pesa 1.850 kg, o Jeep Renegade, que tem motor a combustão e é apenas 3 centímetros maior, pesa só 374 kg a menos. Isso, claro, se deve ao peso das baterias do Volvo.

…e autonomia de 338 km

Por falar em baterias, está aí uma das diferenças desta versão de acabamento para o modelo base. A Core com autonomia estendida, ao invés da bateria de LFP (lítio-fosfato-ferro) de 51 kWh tem o componente de NMC (lítio-manganês-cobalto) e 69 kWh. Tantos números e siglas para dizer que, na prática, têm autonomia extra e um empurrãozinho no desempenho – 0,4 segundos mais rápido no 0 a 100 km/h. Portanto, são 338 km de alcance com apenas uma carga completa, segundo dados do Inmetro.

De acordo com a Volvo, tem consumo de 17,5 kWh/100 km. No total, são 8h para carregamento (0 a 100% de carga) doméstico. Isso, portanto, leva em conta o carregamento rápido AC de 11 kW (Tipo 2) trifásico 16A.

A autonomia, enfim, é suficiente para quem usa o carro para distâncias curtas. Isso, claro, dirigindo com o pé leve, em modo Eco e sem clima extremo (muito frio ou muito calor). E tem frenagem regenerativa. Bastante eficiência. Por fim, para quem gosta (não é o meu caso!), tem o modo One Pedal, onde se acelera e freia apenas com o pedal da direita.

Volvo EX30
Vagner Aquino/especial para o Estadão

Recheado

Em relação aos equipamentos, como praxe na Volvo, segurança não falta. Tem controle de cruzeiro adaptativo, alerta de tráfego cruzado com frenagem automática, alerta de abertura das portas, assistente de estacionamento traseiro, frenagem de emergência, alerta de saída de faixa e monitoramento de ponto cego. E tem até sensor que alerta o motorista no caso de distração. Experimente ficar alguns segundos sem olhar para frente e o carro emite um alerta.

Sensor atrás do volante detecta distração do motorista (Vagner Aquino/especial para o Estadão)

PRÓS

Carro é moderno e tem performance como ponto alto, afinal, são 272 cv de potência e 35 mkgf de torque instantâneo em um carro que pesa apenas 1.850 kg

CONTRAS

Espaço é um pouco apertado na parte de trás e o carro poderia vir com head up display para suprir a falta do quadro de instrumentos

FICHA TÉCNICA

Volvo EX30 Core Single Motor Extended Range
Motor: elétrico
Potência: 272 cv
Torque: 35 mkgf
Suspensão: Independente McPherson (D) e independente multibraço com mola helicoidal (T)
Freios: Discos ventilados (D); discos sólidos (T)
Comprimento: 4,23 m
Largura: 1,84 m
Altura: 1,56 m
Entre-eixos: 2,65 m
Capacidade da bateria: 69 kWh
Porta-malas: 318 litros
Peso (ordem de marcha): 1.850 kg
Aceleração 0-100 km/h: 5,3 segundos
Velocidade máxima: 180 km/h
Autonomia: 338 km (Inmetro)
Preço: R$ 249.950

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