Um estudo feito pela LCA Consultoria Econômica a pedido da Associação Nacional da Indústria de pneumáticos (ANIP) apontou que pneus importados da China chegam ao Brasil até 69% abaixo do preço de tabela. Ainda de acordo com o relatório, uma das causas dessa “pechincha” é a barreira tarifária para pneus chineses no Brasil, que é considerada baixa pela ANIP.
Mas essa é só a ponta do iceberg de uma discussão que vai muito além dos arcos de borracha. Em 2023, o preço médio de importação de pneus de carga no Brasil foi de US$ 2,9 por quilo. Este preço é mais baixo do que em outros países, como os EUA, o México e a França, por exemplo, onde o preço médio do quilo do pneu importado é de US$ 4,40, US$ 4,50 e US$ 5,30, respectivamente, de acordo com dados da ANIP.
Pneus chineses são uma ameaça?
Em julho deste ano, a entidade solicitou um aumento no imposto de importação sobre pneus, com alta sugerida de 16% para 35%. Entretanto, a decisão pode ter impacto no bolso do consumidor, já que, com a alta dos preços dos pneus, os transportadores podem passar a cobrar mais pelo frete. E isso naturalmente encareceria o valor final do produto. O pedido de reajuste do imposto continua em análise na Câmara de Comércio Exterior (Camex) desde então.
Para a ANIP, essa desvalorização em relação aos pneus importados da Ásia implicam em riscos de demissões e desindustrialização no Brasil. Ainda de acordo com o relatório da LCA, o País tem hoje 11 fabricantes de pneus e 21 plantas industriais em 7 estados, responsáveis por produzir 52 milhões de pneus em 2023. Na última década, o setor injetou R$ 11 bilhões e empregou 32 mil trabalhadores no País e gerou, assim, 500 mil empregos.