Um dos carros mais longevos do mercado brasileiro. Assim pode ser considerado o Fiat Uno. Nascido no comecinho de 1983 no exterior, o modelo chegou ao Brasil em 1984 com a missão de substituir o compacto 147. A princípio, foi difícil, mas o hatch com formato de bota ortopédica (devido às linhas quadradas da carroceria) deu a volta por cima e, até hoje, mesmo tendo saído de linha há três anos, ainda é um dos carros usados mais vendidos do Brasil.
Tanto sucesso é mérito de alguns marcos na bagagem. Por exemplo, o Uno foi o primeiro no Brasil a adotar o motor 1.0 – feito para se enquadrar nas novas leis fiscais criadas no início dos anos 1990 – e também o primeiro feito em série no País com motor turbinado. Ao longo de seus 37 anos de história por aqui, o primeiro modelo mundial da Fiat vendido no País teve apenas duas gerações e um enxurrada de séries especiais, versões esportivas e até modelo cabrio. Por isso, há grande quantidade de opções no mercado de usados, com modelos de 1984 até 2021.
Em números, o Fiat Uno teve total de 4.379.356 unidades fabricadas no Brasil ao longo de 37 anos. E, só no mês passado, vendeu mais de 38 mil unidades. Conquistou, assim, o terceiro posto do segmento de carros usados. Ficou à frente até da irmã Strada e do hatch Chevrolet Onix, que ainda permanecem em linha e, portanto, teriam menos risco de desvalorização.
Seja como for, o Fiat Uno ainda agrada tanta gente porque, além de um legado de fãs, o carro – produzido ininterruptamente na fábrica de Betim (MG) de agosto de 1984 a dezembro de 2021 – agrada o público consumidor em diversos aspectos. Entre eles, a confiabilidade da marca, o design e, dependendo da versão, a boa lista de itens de série.
Versão Ciao
Para se ter ideia, a versão de despedida Ciao, tem até computador de bordo e sistema de som com bluetooth e porta USB. Não é tão fácil encontrar, e os poucos existentes no mercado estão supervalorizados, com preços médios de R$ 70 mil, conforme apontam os sites pesquisados pelo Jornal do Carro. Na Tabela Fipe, contudo, o valor indicado é de R$ 52.225 – desvalorização superior a R$ 30 mil, em três anos, afinal, no lançamento, custava R$ 84.990. Entre os itens de série, tem ar-condicionado, direção hidráulica, quadro de instrumentos com tela de LCD, rádio com bluetooth e rodas de liga leve escurecidas com 14″. Conta com o motor 1.0 Fire EVO flex de até 75 cv e 9,9 mkgf e tem câmbio manual de cinco marchas.
Attractive 2019
Na linha 2019, a Fiat resolveu tirar de cena o motor 1.3 e adotou apenas o 1.0 no portfólio. À época, a versão Attractive saía por R$ 42.990. Hoje, pela Fipe, custa R$ 41.162, mas o modelo pode ser encontrado por cerca de R$ 40 mil. Mas tem algumas unidades por R$ 38 mil. É necessário, evidentemente, ter atenção à quilometragem e ao estado de conservação do carro. Pelo montante, oferece ar-condicionado, direção hidráulica, faróis com máscara negra, vidros elétricos dianteiros com função one-touch e volante com regulagem de altura. O motor é o mesmo 1.0 Fire.
Mille
Quem é mais saudosista, ou tem menos dinheiro para gastar com a compra de um carro, pode optar pelo Mille. Embora não ofereça tanto conforto, o carro é econômico, difícil de quebrar e tem fama de parrudo. Uma boa opção é o modelo Fire Economy. Na tabela Fipe aparece por R$ 26.315 (ano 2013), mas chega a sair por média de R$ 24 mil – ou até R$ 20 mil, no modelo com duas portas. À época, as montadoras ainda não tinham a obrigação de oferecer airbag duplo e freios com assistência ABS e EBD. Portanto, os itens ficam de fora da lista de equipamentos do Mille, que é bem enxuta. Tem motor 1.0 de até 66 cv e 9,2 mkgf. O hatch se despediu, em 2014, com a série especial Grazie Mille (muito obrigado, em italiano).
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