Evandro Enoshitai Evandro Enoshita https://motorshow.com.br/autor/evandro-enoshita/
26/03/2020 – 9:00
Gosto muito de pesquisar sobre qualquer coisa relativa ao período da Segunda Guerra Mundial. E se eu descubro algo relativo a automóveis, melhor ainda. E a história abaixo é uma daquelas coisas fascinantes do período. Apresentado nos anos 1930, o motor Ford V8 “flatheat” foi o primeiro “oito em V” oferecido em um carro popular e é considerado até hoje um dos propulsores mais influentes do século 20. E uma das aplicações mais bizarras dadas ao famoso oito cilindros da marca do oval aconteceu na Inglaterra, durante o conflito mundial, quando o motor foi usado para detonar minas navais.
+ Moto Guzzi lança V85 TT Travel, aventureira com toques retrô
+ CT 125 Hunter Cub da Honda, tem lançamento marcado para 27 deste mês
+ Ducati revela nova Streetfighter V4 com 1033cc
Com o início da Segunda Guerra Mundial, em setembro de 1939, os britânicos passaram a enfrentar a ameaça de um modelo de mina naval alemã que utilizava espoletas de detonação magnética. Cada navio afundado ou danificado por elas causava um grande transtorno para os ingleses, que eram obrigados a paralisar todo o tráfego de navios no local enquanto abriam um caminho seguro para a passagem.
Inicialmente, a Marinha Real britânica recorreu a navios de madeira puxando ímãs ou a rebocadores puxando barcaças com eletroímãs. Estratégia que obteve sucesso. Mas que resultava sempre em danos aos navios. Foi então que a Força Aérea Real decidiu desenvolver, em janeiro de 1040, uma nova abordagem para o problema: usando aviões para detoná-las.
Um bombardeiro bimotor Vicker Wellington foi equipado com um enorme anel eletromagnético de 2,5 toneladas, com uma bobina que era energizada com o uso de um gerador acoplado a um motor Ford V8 e permitia projetar um campo magnético que ia muito além do avião. Para camuflar a intenção real do projeto, o Wellington adaptado recebeu o nome de Type 418 DWI (sigla em inglês para Instalação Direcional de Rádio, em tradução livre).
As missões exigiam perícia dos pilotos, que tinham que executar voos rasantes para detonar as minas, mas tomando cuidado para não descer abaixo dos 10 metros e correr o risco de explodir os aviões junto com as armadilhas para navios. Quatro aeronaves foram adaptadas para receber o equipamento e foram sucedidas por 11 exemplares do modelo Type 419 Mark II, uma versão modernizada e que trocava o motor Ford por um propulsor aeronáutico De Havilland Gipsy.