30 anos do sedã médio que substituiu o Monza 

O público brasileiro sempre teve certa predileção por sedãs médios, apesar de hoje eles apenas resistem no mercado dominado pelos SUVs. Mas, há 30 anos, a história era diferente: nomes como Fiat Tempra, Volkswagen Santana, Ford Versailles e Chevrolet Monza disputavam a vaga e o consumidor. Para o GM, o fim do Monza era próximo. Eis que, para substituí-lo, chegou o Vectra.

No frenesi das importações, e querendo renovar o lugar do Monza no mercado, a GM trouxe ao Brasil o Vectra A, primeira geração do modelo. O novo sedã apareceu no final de 1993. Com visual mais moderno e motor com injeção eletrônica multiponto (que era opcional no Monza), o Vectra logo ganhou espaço como versão abaixo do Omega.



Vectra GSI ficou marcado pelo motor 2.0 16v C20XE, com bons 150 cv de potência (Foto: Pedro Santana (@santanavr6)/Reprodução)

A primeira geração (A) chegou ao País em versões GLS, CD e GSI, essa última com apelo esportivo. As primeiras vinham equipadas com motor 2.0 8v de 116 cv e 17,3 mkgf de torque. Já a GSI, tinha o 2.0 16v C20XE, com 150 cv e 20 mkgf de torque. Interior confortável, moderno e ergonômico, além de itens opcionais como freios ABS e câmbio automático de quatro marchas (CD) colocavam a novidade à frente do veterano Monza, que a partir de 1993 empobreceria, sendo descontinuado oficialmente em 1996.

Vectra B foi sucesso no final dos anos 90

Vectra de segunda geração tornou a concorrência imediatamente obsoleta (Chevrolet/Divulgação)

Em 1996, já como modelo 1997, o Vectra B, de segunda geração, começou a ganhar adeptos rapidamente, uma vez que as linhas modernas envelheceram a concorrência, ainda composta por Santana e Tempra, por exemplo. Uma característica marcante do modelo são os retrovisores presos à carroceria, que seguiam as linhas do capô. Além disso, foi o primeiro modelo nacional a ter airbag duplo.

Assim, o modelo vinha nas versões GL (básica), GLS e CD, e inicialmente tinham motor 2.0, logo substituído pelo 2.2, de 8 e 16 válvulas. Além disso, versões especiais como a Millenium, Challenge e Expression marcaram o modelo, que saiu de linha em 2005, com a série especial Collectors, dando lugar à nova geração.

Terceira geração do sedã tinha motor 2.4 e visual moderno

Vectra C tinha visual moderno e atual, mas menos apelo que a geração passada (Chevrolet/Divulgação)

Assim, chegava ao mercado o Vectra C, terceira geração, inspirada fortemente no Astra alemão, e abrigaria até uma versão hatch, algo inédito na linha. O modelo trouxe mudanças importantes, como mais equipamentos de série, e uma novidade: o motor 2.4 litros, de 16V de 150 cv e 23,7 mkgf, quase um sucessor do finado GSI. Entretanto, devido a baixa demanda, o motor foi extinto logo depois.

O modelo abandonava as siglas GL e GLS, em favor dos nomes Elegance e Elite. Itens como teto solar, ar-condicionado para os ocupantes de trás, boa visibilidade do painel e até apliques de madeira (Elite) eram pontos fortes do modelo, além do estilo arrojado, diferente de tudo até então. O bom porta-malas, de 526 litros, era digno de sedãs grandes.

Versão hatch do Vectra usava o mesmo motor do Astra

Astra

Vectra GT brasileiro era o Astra de terceira geração europeu (Chevrolet/Divulgação)

Em 2007, chegavam ao mercado as versões GT e GT-X, de carroceria hatch, versão rebatizada do Opel Astra alemão no Brasil. Curiosamente, o modelo conviveu com a versão antiga do Astra no Brasil, dividindo compradores. Os modelos eram equipados com o mesmo motor 2.0 Família II, chamado de maneira maldosa de “Monzatech”, por conta da idade do projeto.

Seja como for, o Vectra resistiu bravamente até 2011, quando foi cancelado definitivamente, sem deixar sucessores. Entretanto, apesar dos predicados, a forte concorrência japonesa de modelos como Honda Civic e Toyota Corolla não era páreo para a opção da GM. Ainda assim, o modelo mantém até hoje um legado, mantido por fãs e admiradores em todo o País.

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