Emerson Fittipaldii Emerson Fittipaldi https://motorshow.com.br/autor/emerson-fittipaldi/
15/10/2022 – 8:15
[Na edição passada, Emerson Fittipaldi começou a falar sobre a complexa arte da ultrapassagem. O modo mais fácil, disse ele, é “mostrar o nariz” e apostar em um erro do oponente. Agora continua.]
Às vezes, os retardatários – pilotos nos quais você e seu oponente estão dando uma volta – podem criar uma oportunidade de ultrapassagem. Foi assim que Carlos Reutemann venceu o GP da Inglaterra de 1978 pela Ferrari.
Naquela corrida, o motor Cosworth do meu Copersucar-Fittipaldi tinha quebrado pouco antes da metade da prova, e acompanhei o restante da corrida no pit wall da pista de Brands Hatch.
Carlos estava em segundo lugar, se aproximando do líder, Niki Lauda, em uma Brabham, e na verdade eu não esperava que ele fosse capaz de ultrapassá-lo.
Isso porque os tempos de volta de Niki estavam apenas um pouco mais lentos do que os de Carlos nas últimas e mais cruciais voltas da corrida, e Niki era um grande piloto, que raramente cometia erros.
Mas eu estava errado. Na volta de número 60, quando Niki e Carlos estavam prestes a dar uma volta na McLaren de Bruno Giacomelli, Niki tentou passar Bruno pelo lado de fora da Clearways, a longa curva à direita no final do trajeto, mas não conseguiu.
Ao fazer isso, deixou um vazio na parte de dentro da curva, e Carlos aproveitou e “enfiou” sua Ferrari ali, deixando Niki sem ter como reagir. Foi uma grande vitória.
Se você não tiver a ajuda de fatores externos como retardatários, erros ou desgaste de pneus, terá que fazer a ultrapassagem “pura”. E se o cara da frente for um ótimo piloto, é improvável que erre.
Ao contrário, terá passado as últimas voltas de olho nos retrovisores, comparando o desempenho do seu carro e o dele. Saberá quem é você, e que tipo de piloto é, para adaptar a defesa. Assim, a ultrapassagem torna-se uma tarefa mais difícil – e mais extrema.
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O modo mais rápido de dar uma volta em um F1 é não ir além dos limites dele. Se o seu carro está se comportando de modo neutro, você pode fazer isso dirigindo-o em arcos geometricamente perfeitos, perfeitamente adaptados a cada curva, acelerando cedo e diminuindo a potência de modo inteligente.
Faça isso, e você alinhará o carro para a próxima reta da maneira mais suave e rápida possível. Às vezes parece mais lento, mas na verdade é extremamente rápido.
Jackie Stewart e Alain Prost são exemplos óbvios de pilotos brilhantes que foram capazes de dominar essa arte. Eu tentava pilotar assim também.
Mas, quando você está planejando uma ultrapassagem, o carro à frente é só um pouco mais lento que o seu, o piloto não comete erros, não há desgaste dos pneus aparente e ainda por cima há retardatários à frente, você tem que abandonar as trajetórias geometricamente perfeitas.
Em vez disso, tem que forçar passagem, e o resultado é o que os fãs de corridas gostam mais do que quase qualquer outra coisa: a ultrapassagem “no limite”, com os dois carros envoltos em fumaça de pneu. Continuo na próxima coluna.
No GP de Brands Hatch, em 1978, a disputa entre Carlos Reutmann e Niki Lauda (FOTO: Martin Lee)
No GP de Watkins Glenn em 1974, Emerson pressiona Niki Lauda em sua Ferrari
No GP de Brands Hatch, em 1978, a disputa entre Carlos Reutmann e Niki Lauda
O Parnelli de Mario Andretti que Emerson quase atingiu no GP de Silverstone
O McLaren M23 com o qual Emerson venceu o GP de Silverstone de 1975
Emerson Fittipaldi carrega o caixão de Senna junto com Prost e Berger
Dia da Cerveja: Coopersucar de Emerson Fittipaldi já trouxe em sua carroceria as cores e marca de cerveja
Emmo, filho de Emerson Fittipaldi é um dos jovens talentos da equipe Sauber/Alfa Romeo de F-1
Para Emerson, muitos pilotos merecem destaque, mas Senna foi o melhor deles (Foto: Divulgação)
2005: o GP dos EUA acontece com só seis carros, maculando a imagem da categoria
Emerson e a Mclaren M23 com a qual ganhou o campeonato em Watkins Glen, 1974
As Ferrari de Lauda e Regazzoni saíram na frente, Fittipaldi se enfiou entre elas
Montjuic, espanha, 1975: cinco espectadores mortos em uma tragédia evitável
Japão, 1976: na primeira fila, Mario, de Lotus, e James, com meu ex-McLaren
Os paredões de rocha do circuito frequentemente soltavam pedaços na pista
Emerson pilota o Lotus 72 em sua primeira vitória na F1, em Watkins Glen, 1970
A largada, com Jacky Ickx na pole e Fittippaldi na segunda colocação
À frente do vitorioso Beltoise no caótico GP de 1972: poderia ter vencido
Divulgação
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